Os cuidados que o cristão deve ter com heresias na música gospel
À medida que os anos foram passando, os mais diversos estilos de música foram entrando nas igrejas evangélicas, influenciando o gênero da música gospel como um todo, algo bom para a Igreja de Cristo.
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Às adaptações foram caindo no gosto das pessoas, principalmente do público jovem, onde o forró, pop, funk, sertanejos, o rock, entre outros estilos musicais passaram a estar presentes na Igreja com letras que falavam de transformação e do amor de Deus de uma forma diferente, visto se tratar de música cristã.
Heresia na música gospel, onde está o problema?
É fundamental entender que a heresia da qual nos referimos aqui não diz respeito à música gospel por si só. Muitos podem se questionar: o problema está no estilo da canção ou na sua letra?
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É interessante notar que por questões de tradição, muitas críticas já foram geradas contra os estilos musicais, deixando de lado o que realmente está escrito na canção, ou seja, o conteúdo da música cristã.
Mas, acontece que a Bíblia não nos trás uma partitura definindo quais estilos musicais podem ser tocados ou não pela Igreja. Em vez disso, o Salmos 150:3-6, por exemplo, deixa claro um entendimento que nos faz perceber que toda expressão musical pode ser usada pelos cristão em louvor a Deus.
“Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa. Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos. Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes. Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor”, diz o texto.
A variedade de exemplos que a passagem oferece indica a multiplicidade dos estilos musicais usados na adoração a Deus. Portanto, qual deve ser a nossa real preocupação com relação às heresias na música gospel?
Conteúdo da música cristã
A resposta a última pergunta é simples: o conteúdo! Heresias também são encontradas na música cristã e elas estão presentes não no estilo musical, mas nas letras que carregam. É na mensagem, e não o gênero, que deve estar a nossa atenção.
Outro aspecto importante para entender a qualidade da música gospel é o que ela produz. Nenhum louvor que seja realmente voltado para Deus promove, por exemplo, a sensualização do corpo. Nesse aspecto, não devemos confundir danças com sensualidade.
A dança faz parte da expressão emocional humana através do corpo. Não há nada de errado em uma dança que expressa a alegria humana diante de uma música (veja Êx 15:20; Jz 11:34; 21:21-23; I Sm 18:6; II Sm 6:14-16; I Cr 15:29). O erro pode estar na forma como se dança, o que significa intencionalidade.
Se a intenção for seduzir e exibir o próprio corpo, por exemplo, em apelo sexual para outras pessoas em um contexto onde o objetivo deveria ser adorar a Deus, ou simplesmente se alegrar em Sua presença com um estilo de música mais agitado, temos aí um erro.
Outros exemplos contrários à música gospel são a violência, consumo de drogas e discriminação. Se você vai a um show cristão onde tais coisas estão presentes, ele não é para Deus. Dito isso, vejamos algumas características comuns das heresias encontradas em músicas desse gênero:
01 – Deus não é o centro da adoração
É quando a letra da música exalta outras coisas como objeto de culto e não a Deus. Pode ser o dinheiro (prosperidade), poderes sobrenaturais ou a própria figura humana em nível de igualdade ao Senhor.
02 – O ser humano tratado como divino
Como no primeiro exemplo, mas de forma bem mais enfática. Nesse caso, a figura humana é posta em pé de igualdade ao próprio Deus, como alguém que tem direitos e poderes especiais diante do mundo espiritual.
03 – Deus como um serviçal
Nesse caso Deus é retratado como uma espécie de “Gênio da Lâmpada”, pronto para atender todos os desejos humanos “decretados”. A letra exalta o suposto poder humano de “decretar” coisas sobre o mundo espiritual, a própria vida e outros, fazendo parecer que o Senhor não é soberano em cumprir a Sua vontade como bem entender.
04 – Invenção de elementos místicos
Nesse ponto temos músicas que confundem linguagem poética com alegorias místicas. São letras que falam sobre criaturas espirituais, tais como anjos de “muitas asas”, “espadas de fogo” e outros elementos imaginários.
Deve-se tomar cuidado com a forma como a letra é retratada, pois algumas abordam esses elementos de forma literal, como se realmente estivessem se referindo a criaturas existenciais. A Bíblia cita anjos e demônios, mas é muito arriscado retratá-los em canções justamente devido à possibilidade de cair em heresia, distorcendo o que os textos afirmam.
Música gospel de qualidade
A Palavra de Deus precisa ser transmitida de forma íntegra, tanto no que está escrito, quanto na sua interpretação. Isso precisa ser observado na pregação, tanto quanto na composição de uma música gospel.
O mundo gospel nos últimos anos ganhou bastante destaque na sociedade, mas quando esse espaço dá liberdade pra exaltação própria, e o pior de tudo, distorções do significado verdadeiro da Palavra de Deus, aí tais conquistas deixam de ser boas.
Como resultado, muitos “artistas gospel” criam conteúdos para exploração comercial, a fim de vender, obter fama e dinheiro. Esse não é o objetivo da adoração a Deus. Resultados financeiros positivos podem surgir, mas como consequência e não como prioridade.
As igrejas cristãs precisam “filtrar” o que entram em seus cultos de adoração. Muitos louvores com heresias doutrinárias passam despercebidos. Para evitar esse erro, devemos observar a qualidade da música gospel, e isso pode se feito buscando conhecer a vida dos cantores e bandas, além da leitura atenta das letras.
A letra da música precisa estar alinhada com a Palavra de Deus, respeitando a sua integridade e interpretação. O ministro de louvor deve estar consciente do seu chamado, pois o ato de ministrar adoração, conduzindo uma igreja ao culto de forma musical, é coisa séria.
Quando Davi tocava sua harpa para afugentar os espíritos maus do rei Saul, eles não saiam por causa da canção, mas por quem ministrava! Davi era um homem “segundo o coração de Deus”. Havia unção sobre ele.
Da mesma forma, deve haver unção na vida daqueles que ministram o louvor para que saibam discernir o que estão cantando. A música gospel tem como objetivo principal exaltar a Deus, anunciar o Evangelho de Jesus, levar esperança, cura e libertação. Há liberdade poética, de gênero e temas, mas dentro desses limites.