Jay Bauman: ‘Quem censura o discurso político um dia fará o mesmo com o religioso’
Está em tramitação no Congresso Nacional um projeto de lei que visa, segundo seus defensores, combater as “fake news”. Trata-se do PL 2630/2020, que vem sendo chamado pelos críticos de “PL da censura”.
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O motivo não é por acaso, já que o texto da proposta também traz conceitos vagos e amplamente sujeitos à manipulação de narrativas, como os conceitos de “discurso de ódio”, “desinformação” e “homofobia”, entre vários outros.
Um dos líderes cristãos que se manifestaram contra o PL é o pastor do ministério brasileiro na First Baptist Orlando e fundador e diretor da Restore Brazil, Jay Bauman, que fez um alerta através das redes sociais.
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“Tá prestando atenção? É óbvio que quem monitora e censura o discurso político um dia fará o mesmo com o discurso religioso”, disse ele. Outro que também criticou a proposta foi o pastor e escritor de dezenas de livros, Renato Vargens.
“Cristãos não poderão mais emitir suas opiniões fundamentadas na Bíblia, ou mesmo expor o que pensam quanto a comportamentos, visto que os órgãos de censura em nome do politicamente correto o impedirão”, diz o teólogo em um artigo para o Pleno News.
O PL 2630 defendido pelo governo propõe a regulamentação das redes sociais. Seus defensores alegam que as plataformas precisam ser responsabilizadas pelos conteúdos postados, e que a medida não restringe a liberdade de expressão, mas apenas os materiais supostamente criminosos.
O problema, no entanto, é que a medida dá poderes para que um órgão supostamente “autônomo” determine o que é ou não proibido, ilegal ou criminoso. Desse modo, os críticos afirmam que o órgão poderá ser aparelhado ideologicamente, a fim de que discursos contrários ao governo, bem como ao politicamente correto, sejam censurados sob alegação de alguma suposta violação.
O procurador Deltan Dallagnol, que é membro da Igreja Batista, chegou a sugerir que versículos bíblicos que condenam a prática homossexual e defendem o castigo físico de filhos desobedientes, por exemplo, poderão ser enquadrados pelo PL sob a alegação de incitação à “violência” ou “homofobia”.