O futuro da perseguição aos cristãos não terá barreira geográfica: será na internet

Quando se fala em “perseguição aos cristãos”, a ideia que a maioria das pessoas possui é de um modo típico de intolerância associado a lugares e países onde a liberdade religiosa é restrita ou inexistente, como Coreia do Norte, China, Irã, Paquistão, entre outros.

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Todavia, no mundo atual a perseguição religiosa assumiu novos formatos. Ela não está mais limitada por barreiras geográficas. O avanço dos meios de comunicação criou um mundo paralelo, o virtual, onde a existência nele sujeita cada pessoa ao risco de sofrer intolerância.

A perseguição não virá como “religiosa”

Um ponto a ser destacado no contexto de perseguição religiosa no mundo atual é que, diferente do que muitos também imaginam, a intolerância contra os cristãos não virá de discursos essencialmente sobre religião.

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Existe, sim, a perseguição que é fruto direto do radicalismo religioso, por exemplo, nas repúblicas islâmicas. Todavia, a tendência observada atualmente é que esse modo tradicional de ataque aos cristãos ficará em segundo plano se comparado ao mundo virtual.

Assim, a intolerância aos cristãos não virá tanto dos radicais islâmicos, ou hindus, mas dos radicais ideológicos de origem política e cultural. Esse é o tipo de perseguição que se tornará cada vez mais abrangente e ameaçador de hoje em diante, e isso por alguns motivos:

01 – Não será por “religião”

O que se observa atualmente é o avanço de mecanismos que visam combater os chamados “discursos de ódio”. Nos últimos dias, por exemplo, gigantes do setor empresarial como a Coca-Cola, boicotaram o Facebook como forma de cobrar da plataforma mecanismos de combate a esses discursos.

Semelhantemente, movimentos culturais que dizem lugar contra tais discursos, ou contra “conteúdos prejudiciais”, também estão crescendo rapidamente e no mundo inteiro. O crescimento é globalizado justamente porque o meio de propagação dessa rede de controle é pelo mundo virtual.

O que muitos cristãos não estão percebendo é que esses movimentos também estão mirando conteúdos religiosos, por serem considerados “nocivos”. Já há inúmeros casos de denúncias contra redes sociais pela remoção de conteúdos religiosos que foram considerados “prejudiciais” ou “discursos de ódio”.

Perceba, portanto, que o gatilho para esse tipo de censura não foi religioso: ele foi ideológico e cultural! Em nome de pautas como “respeito”, “pluralidade”, “tolerância” e “harmonia” estão fundamentando uma campanha de boicote a tudo que um grupo de pessoas considera politicamente correto.

Assim, ensinamentos bíblicos sobre família, casamento, sexualidade, proselitismo religioso (evangelismo) e outros automaticamente se tornam alvos desses movimentos. Muito embora ainda alguns pensem que a garantia da liberdade religiosa seja um escudo contra o avanço desses movimentos, tal pensamento é um engano, pois o que está em jogo é o próprio conceito de “liberdade”.

02 – Parecerá “justo”

Outro elemento-chave nos novos formatos de perseguição aos cristãos está na aceitação de parte da própria comunidade cristã. Muitos que se dizem seguidores de Cristo verão nas ideologias dos engenheiros culturais uma forma “justa” de lutar, por exemplo, pela igualdade, diversidade e paz social.

Em nome disso, muitos vão defender à adoção de medidas que terão como objetivo, supostamente, combater a disseminação de “ódio”, por exemplo, incluindo medidas judiciais passíveis de punição com a prisão ou multa.

A principal conquista dos promotores da nova perseguição religiosa será travesti-la de “justiça social”, pois isso enganará a muitos, fazendo parecer que o cenário de censura, discriminação e punição aos seguidores de Cristo não existe, quando na verdade existirá de forma escancarada.

E isto só será possível graças ao avanço do liberalismo teológico, pois para que “cristãos” adotem tais medidas restritivas eles precisam assimilar um entendimento falso do Evangelho de Cristo, de modo que não ofereçam qualquer resistência às distorções ideológicas inseridas em suas igrejas.

03 – Será despercebido

Esse ponto é, talvez, o mais importante, porque ele contraria a ideia que muitos cristãos possuem sobre o avanço da perseguição religiosa no mundo. Tais pessoas imaginam a instalação repentina de um Estado perseguidor, leis ou ascensão de um governo autoritário dessa natureza.

Não será assim. A nova perseguição religiosa aos cristãos será instalada gradualmente, à medida que movimentos culturais ganham força, leis são aprovadas e a própria cosmovisão religiosa sobre direitos e doutrinas seja alterada.

É muito provável que este seja o motivo pelo qual a segunda vinda de Cristo ocorrerá de forma repentina, como diz a Bíblia, onde todos serão pegos de surpresa, pois a sociedade estará vivendo em um clima de naturalidade.

Observe o trecho onde Cristo ilustra esse momento, em Mateus 24:38, citando exatamente o mesmo cenário vivenciado na época de Noé, quando a população também não se deu conta do perigo que estava vivenciando, até que veio o dilúvio.

“Porque nos dias que antecederam ao Dilúvio, o povo levava a vida comendo e bebendo, casando-se e oferecendo-se em matrimônio, até o dia em que Noé entrou na arca, e as pessoas nem notaram, até que chegou o Dilúvio e levou a todos.”

Ou seja, apenas quem estiver realmente vigilante e fiel à Palavra de Deus terá condições de perceber “os sinais do fim”, onde a intensificação da perseguição aos cristãos é um deles, muito embora passe despercebido aos olhos da maioria no dia-a-dia.

A perseguição será global

Finalmente, a globalização da perseguição religiosa aos cristãos existirá de forma massiva graças aos recursos da internet, e não porque este é um grande meio de expressão da população, mas porque ele próprio oferece recursos de controle e punição.

Governos do mundo inteiro utilização a internet para rastrear, localizar, censurar e punir conteúdos cristãos ou quaisquer outros associados aos princípios cristãos, como os valores conservadores.

O conservadorismo, portanto, é a roupagem política e filosófica de princípios basilares da fé cristã, de modo que o ataque ao pensamento conservador pode ser considerado, sim, um ataque ao próprio cristianismo, obviamente salvo às devidas proporções.

Assim, da mesma forma como observamos atualmente uma grande reação ao pensamento conservador no mundo, amanhã essa mesma reação se desdobrará sobre a vida religiosa, já que uma coisa leva à outra.

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