Presidente da OAB acusa Mendonça de “exploração da religião” após indicação ao STF
A indicação do pastor e doutor André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) não parece ter agradado algumas pessoas, incluindo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, que já foi candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), no Rio de Janeiro, antes de assumir a presidência do órgão em janeiro de 2019.
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Durante uma entrevista para a jornalista Mônica Bergamo, Santa Cruz acusou Mendonça de “explorar a religião”, ou seja, a sua fé cristã de orientação evangélica, para conseguir uma indicação para o STF, o que aos olhos do advogado ele não seria merecedor.
“Quem agradece a líderes religiosos por sua indicação não merece ser nomeado. Tudo que o Brasil não precisa é de uma guerra religiosa. [O ministro Luiz] Fux é o primeiro presidente judeu do STF sem que ninguém fale disso. É uma vergonha a exploração da religião para ser ministro do STF”, disse ele.
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A fala de Santa Cruz foi em referência a uma publicação feita por André Mendonça em sua rede social, onde o ex-ministro da Justiça, ao saber da sua indicação oficial ao STF, agradeceu a Deus e também ao apoio de lideranças religiosas. Como se sabe, Mendonça também é pastor evangélico, o que é perfeitamente natural se dirigir a colegas da mesma fé.
“Com a submissão de meu nome ao Senado Federal, agradeço a Deus pela vida e por essa possibilidade de servir meu país; à minha família, pelo amor recíproco; ao presidente Jair Bolsonaro, pela confiança; aos líderes evangélicos, parlamentares, amigos e todos que têm me apoiado”, escreveu Mendonça em sua postagem.
A crítica de Felipe Santa Cruz, portanto, ressaltando a manifestação de fé de Mendonça em total desprezo pela sua função e trajetória, também, como pastor evangélico, parece muito mais uma forma velada de intolerância religiosa contra alguém que sem dúvida ainda fará muitas citações a Deus durante os seus trabalhos, e com todo direito que a Constituição Brasileira lhe permite.